sexta-feira, 29 de junho de 2012

Reportagem sobre Parto Domiciliar !




Parto domiciliar divide opiniões entre médicos e mães



Cada vez mais procurado, o parto humanizado é um conceito de dar à luz da maneira mais natural possível. Trata-se de um parto feito num ambiente harmônico, com o mínimo de intervenção externa, no entanto, ainda não existe definição protocolar para esse procedimento.

O parto domiciliar já foi a opção mais segura para as mulheres. Na Europa de até meados do século 19, os médicos não conheciam conceitos, nem a importância, de procedimentos como a assepsia e era comum que manipulassem enfermos, cadáver e logo depois realizassem um parto. Nessas condições, os índices de mortalidade em geral e também dos recém-nascidos era  alto. Depois da revolução pela qual a medicina passou no século 20, hospitais tornaram-se lugares mais seguros e indicados para o nascimento de crianças. No entanto, muitas mulheres defendem o parto à moda antiga, dentro de casa.

Algumas famosas como Gisele Bündchen, Juliana Knust e Daniele Suzuki também optaram pelo parto humanizado afirmando resgata o direito da mulher de escolher o que será melhor para ela e seu filho, sem ter que simplesmente aceitar as regras dos médicos e hospitais.

As mulheres que optam por esse método se sentem realizadas, no entanto, na hora de seguir o exemplo das celebridades, os cuidados básicos com saúde da criança e da mãe não podem ficar de fora. Qualquer mulher que tome essa decisão deve estar em dia com os exames necessários e ser acompanhada por médicos.

No Brasil, o parto domiciliar não é recomendado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), por causa do risco à mulher e ao bebê.

Para as mulheres que decidem, ainda assim, dar à luz à moda antiga, é necessário um pré-natal bem feito e com acompanhamento adequado, infraestrutura mínima, condições de transporte de urgência e preparo do profissional que vai acompanhar o parto, seja eles, uma enfermeira ou um médico.

Em entrevista com Letícia Schimidt Arruda, mãe, doula e organizadora do grupo Ishtar de Sorocaba, o Folha da Cidade esclarece algumas curiosidades sobre o parto domiciliar.



FOLHA - Quais são as vantagens do parto em casa?

LETÍCIA - Eu acho que a maior vantagem é estar num local conhecido, familiar, onde você pode escolher desde a assistência, pessoas que estarão com você, o que deseja comer ou beber, até o tempo que o bebê ficará ao seu lado e quando dar o primeiro banho. Além disso, no último estudo sobre a segurança do parto domiciliar comprovou que o grau de satisfação materna é aumentado em relação ao parto hospitalar.

Acho importante ressaltar que  os estudos mais recentes, publicados em 2011, o do National Health System (NHS) no Reino Unido e outro estudo holandês com mais de 679.000 partos mostram a segurança do parto domiciliar. Nesse último estudo, evidenciou-se uma mortalidade perinatal de 0,15% em partos domiciliares planejados contra 0,18% em partos hospitalares planejados em parturientes de baixo risco. Como diz a camiseta que minha filha usou na marcha do parto em casa: “Eu nasci com segurança amor e respeito. Eu nasci em casa”. Acho que essa frase já diz tudo.



FOLHA - Quais medidas você teve que adotar para realizar o parto domiciliar?

LETÍCIA - Eu fiz o pré-natal normal, com exames, ultrassono-grafias, consultas regulares e ao final da gestação estava tudo ok, ou seja, era uma gestação de baixo risco o qual eu podia escolher onde ter o bebê. Então, optei pelo parto em casa. Foi necessário escolher assistência, definir um plano B (mesmo o parto ocorrendo em casa, precisa ter escolhido um hospital próximo para transferência, se necessário), manter a casa limpa e organizada (separei comida, toalhas de banho, roupa de cama, lençol descartável) e esperar o grande dia.



FOLHA - Como foi o nascimento da sua filha?

LETÍCIA - Eu conheci a opção do parto domiciliar quando estava grávida da minha primeira filha, que hoje tem 5 anos. Mas não tive tempo de amadurecer a ideia, e estudar os riscos e benefícios. O primeiro nascimento foi uma experiência legal, porém fui separada do meu bebê, ela não pôde mamar na primeira hora, eu não a vi direito assim que nasceu pela rapidez com que ela foi levada, isso me levou a questionar mais a fundo o porquê do parto domiciliar.

Em dezembro de 2007 fiz o curso de doula (mulher que auxilia outras mulheres na gestação, parto e pós-parto) e acompanhei alguns partos em casa, todos planejados, com assistência profissional e todos tiveram excelentes resultados.

Quando eu engravidei da segunda filha, o parto em casa foi minha primeira opção. Fui acompanhada e contratei uma equipe para vir me atender em casa. Era uma obstetriz e uma médica neo-natologista, além de uma doula.  Minha filha nasceu de um parto muito tranquilo e intenso, no chuveiro da minha casa e foi aparada por mim e pelo meu marido. Permaneceu no meu colo durante toda avaliação, mamou e conheceu a irmã em seguida, o que tornou nosso momento ainda mais especial. Depois de algum tempo brindamos a chegada da pequena na família junto à equipe, foi um dia muito emocionante, um evento familiar!



FOLHA - Considerações.

LETÍCIA - O grupo Ishtar existe para a troca de informações e experiências, que podem ser obtidas no  ishtarsorocaba.blogspot.com. As reuniões acontecem quinzenalmente e são gratuitas.



MARCHA - No domingo, 17 de junho, mulheres de diversas cidades do Brasil foram às ruas para lutar por um direito. Elas querem poder escolher onde vão dar à luz.

O movimento Marcha do Parto em Casa ganhou força depois que o programa Fantástico, exibiu uma reportagem sobre o tema onde o obstetra Jorge Francisco Kuhn defendeu o parto domiciliar para mulheres saudáveis que realizaram um pré-natal completo com o acompanhamento de um especialista. Porém o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) pediu ao Cremesp, uma punição para o obstetra.

Para Letícia Arruda participar da Marcha do Parto em Casa foi muito especial, “foi um manifesto nacional, que aconteceu em mais de 23 cidades brasileiras. Apesar do nome, a marcha não era pelo parto em casa e sim pelo direito de escolha das mulheres. Eu acho que toda mulher deve ter acesso real à informação e decidir o que é melhor para ela e para o bebê. Uma marcha pela liberdade e pelo respeito a todas as mulheres! Muitas ainda são desrespeitadas, sofrem violência obstétrica e acham normal! Espero que com o assunto na mídia, uma parcela da sociedade ao menos pense sobre o assunto”, salientou.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Introdução de alimentos

Faz algum tempo que eu tenho pensado sobre introdução de alimentos e, agora com meu blog rs, posso postar aqui o que to achando do assunto.
Pra começar, acho que 6 meses para começar a introdução uma data média. Explico. Pra mim é como as 40 semanas de gestação. Alguns bebês ficam prontos antes, outros bem depois. E tudo bem. Não precisa haver uma regra, um tempo afixado para começarem a comer.
Com a Isa eu fiz a introdução aos 7 meses, porque ela nunca apresentava interesse antes, e aos 7 meses (embora ainda não tivesse interesse por comer) eu achei que precisava dar algo. Após 2 consultas com 2 pediatras (!!), gostei mais da linha da segunda e lá fui eu começar. Lembrava sempre da frase da segunda pediatra: é importante você servir o que a criança possa comer, porque eventualmente eles vão enfiar a mão na sua comida e querer o que você está comendo.
De inicio essa frase não me soou tão impactante, entretanto aos poucos notei como é importante ter uma alimentação familiar saudável, para que a criança aprenda a comer bem.
Começamos então com almoço, nada de suquinhos (mesmo porque sou contra dar sucos assim, falarei mais), e nada de frutinhas de inicio. Eram sempre 3 variedades: um caule/folha, um fruto e uma raíz. Tudo com um fio de azeite por cima, amassado. E eu cozinhava tudo no vapor, e servia animadíssima e, depois da segunda colherada ela não queria mais. Eu dava de colher, com ela sentadinha em algum cadeirão, ou mesmo no chão, mas na minha frente. Eu quem oferecia. Depois fomos para jantar, e lanches da manhã e da tarde com frutas. Porém, o interesse dela era o mesmo.
Aos 9 meses (sei disso por ter foto datada) ela comia muito melhor com as mãos, seu interesse por brócolis em pequenos pedaços era bem maior do que nos legumes cozidos e amassados que eu apresentava. Com os pedacinhos ela tinha a curiosidade de pegar, e ia lá com seus dedinhos minúsculos e gorduchinhos para pegar, avaliar e então experimentar. Parte ia pro cabelo, pra roupa, pro chão, pra cachorrinha companheira, e alguma coisa ia pra boca ! Ela beliscou de tudo até os 2 anos, quando reduzimos o ritmo das mamadas e então ela passou a comer de verdade ! Acho que eu também relaxei um pouco, não fiquei mais tão apreensiva com quanto de cálcio e ferro, por exemplo, ela estava ingerindo em cada colheradinha micro que ela dava. Enquanto ela aprendia a comer, eu aprendia a relaxar e ser leve com as novas experiências.
A Isa hoje come muito bem. Tanto em variedade, quanto em quantidade ! É uma criança sem problemas para experimentar coisas novas, para curtir comidas conhecidas, para apreciar o momento da refeição.
Agora logo passo por isso de novo com a Clara. E desde quando ela nasceu penso muito sobre o assunto. O modelo de cozinhar x coisas e apresentar na colher, pratinho certo, sentadinha no cadeirão já não me faz sentido. Eu pensava em fazer ou comprar uma mesa de madeira pequenina e servir nossos alimentos lá, para que a Isa pudesse se alimentar e a Clara experimentar, com seus dedinhos, escolhendo o que quisesse desde sempre. Já com essa ideia formada, fui fazer um curso de Educação Ativa, onde ouvi muito sobre importância de servir variedade de alimentos e respeitar a decisão da criança, no caso, do bebê. E isso consolidou minha ideia de introdução de alimentos.
Comer é nutricional, precisamos das vitaminas, minerais, cálcio, ferro, proteínas, etc. Sim. Mas é além disso uma experiência cultural e de prazer ! Sim, é uma delícia comer ! Eu amo, pelo menos. É gostoso um prato colorido, perfumado e saboroso ! É rico, é uma explosão de sensações. E hoje eu acho que essa experiência é muito mais importante do que apenas se preocupar com comer para se alimentar, para "crescer forte e saudável".
É bacana dividir o alimento, observar outras pessoas comendo, conversar, se ambientar.
Por hora, imagino que teremos esse local de alimentação, com uma toalha bem bonita, com alguns pratos e muitas possibilidades. Sem neuras (ou com menos rs), um momento divertido, familiar, sem distrações, porém flexível.
Por ser um momento familiar, não vejo a mínima lógica do bebê se alimentar sozinho, fora do resto da família, antes de todos. Aqui pretendo oferecer junto, pelo menos as refeições durante o dia (lanche da manhã, almoço e lanche da tarde), talvez o jantar seja diferenciado do meu, por conta de horário de sono mesmo.
Veremos quais serão os primeiros alimentos da Clara e qual sua reação ! Em poucos meses, volto aqui pra contar ! Oba !

Aqui um vídeo de alguns bebês se alimentando com as mãos, a comida em pedaço, nada de papinhas:

http://www.youtube.com/watch?v=xVBdMDl4RXo&feature=youtu.be



Começando de novo !

Acho que esta é a quinta (ou mais) vez que tento fazer um blog. Acho a ideia super bacana, de ter um diário digital, mas acabo nunca levando adiante. Bem, não até agora.
Lendo hoje o blog da Natália (mamãe da Alice) me inspirei e resolvi tentar de novo !
Devo falar basicamente do que ocupa uns 90% da minha vida hoje, a maternidade ! E o quão delicioso acho vivenciar essa fase.
Eu tenho a Isa, de 5 anos, que foi bastante desejada e que trouxe uma revolução enorme na minha vida. Eu amei a experiência de estar grávida e fui me descobrindo e me conhecendo a partir daí. Foi com a gravidez da Isa que me surgiu pela primeira vez a ideia de querer um parto normal, de esperar amamentar, de me interessar por alimentação, educação, e descobrir enfim a matrix (tudo isso pretendo falar aqui).
Com tantas descobertas eu demorei para entender e aceitar muitas coisas, os primeiros 2 anos da minha filha foram os mais intensos da minha vida, um furacão de sentimentos, que refletiu em tudo que me cerca. Eu sempre quis outro(s) filho(s). Desde o dia que a Isa nasceu tive certeza que queria passar por tudo aquilo de novo. Minha paixão pela gravidez, pelo parto e pela amamentação, me fizeram seguir estudando e em dezembro de 2007 fiz o curso de doulas em SP. Acompanhei diversos partos, em casa, no hospital, todos com suas particularidades, com suas diferenças. E como é bacana conhecer tantas novas famílias se formando. E claro, ver tantas mulheres queridas se transformando ! Eu passei a organizar um grupo na cidade de Sorocaba, o Ishtar, junto com a minha amiga Carla e nós vivenciamos tantos encontros legais, tantos temas, tantas pessoas que conhecemos. A vontade de engravidar só aumentava dentro desse universo e em 2010 eu engravidei novamente, mas sofri um aborto espontâneo. E só após exatos 12 meses do aborto, eu me descobri grávida. Eu estava viajando, e na volta com um pequeno atraso e alguns sintomas bem sutis, fiz um teste de farmácia e lá estava a segunda faixa rosa ! Quanta alegria ! Era a Clara chegando.
Foi uma gravidez pra lá de especial, querida, deliciosa ! E a Clarinha veio se mostrar no dia 9 de fevereiro deste ano. Que sensação mágica, única, que foi tê-la em meus braços depois de um parto intenso e rápido. Ela nasceu em casa, debaixo do chuveiro, cercada de amor e respeito. Foi aparada por mim e pelo Neto, meu companheiro, e conheceu a irmã em seguida. A Clara está com seus 4 meses, 4 meses de fofurices rs. Ela veio pra consolidar muitos ensinamentos que tive com a Isa, veio num momento em que eu já me conhecia um pouco melhor, já sabia o que esperar, não era mais uma moça indefesa com seu bebê no colo e sim uma mulher forte que sabe bem o quão desafiador pode ser a entrega da maternagem !
Aos poucos vou escrever meus pensamentos aqui, uma parcela deles pelo menos. Devo falar um bocado sobre parto, amamentação, alimentação, educação, paternidade, e outros... Veremos o que me vem a mente !