domingo, 5 de maio de 2013

Parto pelo Mundo

Quanto amor cabe em um programa de televisão? Muito, gente, muito!
Parto pelo Mundo é o novo programa da GNT (sim, vale a propaganda) feito a partir de um projeto da Mayra Calvette (parteira).
Hoje foi o primeiro episódio, no dia da parteira, e fala sobre como acontece o parto em vários locais, Tibet, Alemanhã, Holanda... Mostrando mulheres, fortes, lindas, diferentes.
Foi lindo de assistir o primeiro e já deixou com vontade de ver mais...

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Dos tombos...



Hoje a tarde fizemos um picnic no parque com as crianças. Foi uma tarde inteira, e rolou muita brincadeira.
A Isa, mais velha de todas, balançou, escorregou, subiu no trepa trepa e na árvore grandona que tinha lá e foi alto, bem alto pro tamanho dela (pro meu também, diga-se de passagem).
Eu, como mãe, acredito nela! Sim, faço a escolha de acreditar que ela é capaz de vencer desafios, de superar. Eu escolho não falar pra ela não subir, porque pode cair. Não ameaço. Eu fico vendo, atenta, observo quão encantador é uma garotinha de 6 anos usando a lógica, a capacidade motora, o equilíbrio para escalar e se manter no alto de um galho.
Acredito que faz parte da infância, quando a gente não aprende e desenvolve essas sapequices pequeninos, não temos novas chances. Ninguém aprende a subir com força e delicadeza uma árvore depois de adulto. Nós podemos aprender fazer muitas coisas, inclusive podemos subir, mas nunca com a agilidade do corpinho elástico, atento e enérgico de uma criança.
A Isa aprendeu hoje a virar cambalhota no brinquedo de argola. Virou, virou e virou. Tantas foram as viradas e no final do dia, as mãos cansadinhas escorregaram e ela caiu. Caiu de rosto na areia. Ralou, cortou, sangrou. Um choro doído invadiu o espaço que antes era só de gritinhos e risadas. Eu, nervosa, mas sabendo que cair também faz parte da infância, também faz parte da vida, fui cuidar, acolher.
Meu papel na hora era exatamente de quem cuida e acolhe. Eu não iria resolver o problema, ninguém iria. O papel ali do cuidador é respeitar, não tentar sufocar o choro. Não falar besteiras e ofender. Entre abraços, lágrimas, colo, voltamos pra casa. Limpamos os machucados e ela se acalmou.
Em nossas conversas, estava presente todo o tempo que cair é difícil mesmo. Dói. Porém que isso acontece com quem se permite aventurar. Acontece com criança que corre, que sobe, que pula. Acontece com criança que brinca. Durante o banho, me lembrei de uma foto de uma criança que havia de machucado, me recordei na hora que o tombo surgiu numa brincadeira de correr e que outra pessoa ainda falou algo como "criança que corre se machuca". Pensando agora, devo ter ouvido tantas vezes que a criança não deve subir, não deve balançar tão alto, não deve correr rápido (como seria correr devagar?) que já perdi as contas. Deve ser muito triste ser criança e não poder experimentar as delícias e as dores da infância. Crescer em um ambiente cercado de medo, ameaça. Quando a gente fala para os pequenos: "Não corram que vocês podem se machucar" estamos usando a ameaça, o nosso medo deles se machucarem. Estamos colocando uma limitação nossa para que a criança não desenvolva. Estamos educando para alimentar o medo, a negatividade. Para não confiar.
A gente também aprende com as quedas, a gente aprende com a dor. Como se levantar, como lidar com aquele momento de dificuldade. A gente aprende inclusive como evitar uma próxima queda pelo mesmo motivo.
Como formamos adultos que lidem melhor com o medo? Com os desafios? Que acreditem que são capazes, que seus corpos funcionam? Como explicamos para as crianças que cair dói, é difícil e passa? Que faz parte da vida? Que não evitamos uma queda apenas deixando de viver? Pra mim não tem teoria, é na experiência.
E quão lindo é poder ver e estar do lado das crianças nesses momentos. Lindo foi vê-la subir levando em conta seu próprio limite, apenas confiando nela mesma. Lindo foi ver seus olhos brilhando a cada conquista. Lindo vê-la sentir-se respeitada, acolhida e pronta.
Bem, eu já passei dessa fase. Eu já aprendi sendo a criança suja, suada e sapeca. Agora é a minha vez de observar, acolher e cuidar sempre que preciso, confiar, respeitar e permitir. <3
Filha, você é mesmo incrível!


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Dia das mães RENNER

Tá, as imagens eu achei marromeno. Mas gostei da iniciativa para o dia das mães.

Aqui ó: https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=iPVUfNchTIw

Porque a beleza é a que sai de dentro pra fora, que te deixa radiante, feliz, iluminada. <3 !

Porque eu amo VALENTE



Baixei esses dias pra Isa ver (e eu também, claro) VALENTE. A gente já tinha visto no cinema e, de cara, amei o filme.
O cabelo cacheado, rebelde, cor de fogo. O jeito dela. A coragem. Seu arco e sua mira. Tudo isso já me fez apaixonar no começo do filme. Com o resto da história não tem como não emocionar. A relação dela com a mãe é algo incrível!
E ela foi uma personagem tão marcante pra gente, gerou muitas conversas.
É um filme feminista, que mostra para as meninas que elas não precisam ser princesas "comportadas" que querem seus vestidos rodados e um príncipe que as salvem. Merida quer viver, quer explorar e em nenhum momento do filme precisa ser salva. Ela toma as rédeas da vida dela, faz as escolhas, luta por elas e assume as consequências,
A Isa que já viu umas 3456789 vezes sempre fica repetindo a frase "Princesa ou não, lutar é essencial." E me pergunta: é mesmo, mãe?
Nossa conversa continua, dizendo as várias formas de luta. E que sim, eu concordo com a frase.
A Bela Adormecida, Branca de Neve e Cinderela foram princesas que retrataram uma época em que para ser uma linda princesa a mulher precisa ser talentosa, delicada, impecável, organizada. Precisa querer ser salva, sonhar com o príncipe em seu cavalo branco que vem, forte, rico, bonito para tirá-la do sofrimento dela. Nenhum desses filmes dá outras possibilidades para as mulheres. E não sei o tamanho da influência deles na infância das nossas crianças, que sonham em ser assim.
Pra piorar, em vários desses contos, as mulheres se odeiam. Elas nunca podem ser parceiras, amáveis. Elas competem. Elas precisam provar que a melhor é que vai ter o príncipe, é a que vai ser rica e famosa. E aí pra chegar no resultado, cara, vale t-u-d-o. Vale mandar arrancar o coração e guardar numa caixinha, vale forçar a ser escrava, estragar roupa, prender em torre.
Mulheres não são competidoras entre si. Aliás, vida não é sobre competir. Sobre quem está na frente. Vida é sobre como lidamos, equilibramos, amamos e aproveitamos nossos momentos. Não quero que minhas filhas aprendam que se forem mais ricas ou mais bonitas serão pessoas melhores, e muito menos, quero que aprendam que o objetivo máximo na vida de uma mulher é ser salva. É esperar pelo seu lindo príncipe encantado.
Por isso, Valente conquistou meu coração em todas as categorias. Mudança de paradigmas. Veremos essas crianças crescendo felizes e livres em uma nova geração. Para isso, não tem outro jeito. É lutando para mudar :-)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Das frases que inspiram...

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem." Carlos Drummond de Andrade

Imagina um lugar com espaço e verde. Árvores para subir. Balanço. Parque.
Um lugar com salas com temas diversos e interessantes.
Pessoas que respeitem o tempo e o ritmo.
Onde ao entrar tenha ao menos um bom dia sincero.
Um espaço amoroso. Aberto. Livre.
Crianças correm. Sobem. Lêem.
Brincam. Comem. Aprendem.
Amam. Aproximam. Desafiam.
Descobrem. Conhecem.
A comida é boa e saudável.
Há espaço para cultivar sentimentos e alimentos.
Sempre tem roda de conversa de pequenos, médios e grandes.
Os limites, ah! Os limites! São definidos em conjunto, ninguém é superior a ninguém.
Imaginou?

Era o que eu queria pra escola da minha filha. Das minhas filhas. Ou talvez até pra mim.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Quando escrever no blog?

Cara, preciso postar, eu tenho "trocentas" ideias de assuntos que gostaria de escrever num blog. Educação por exemplo é um tema que eu queria explorar mais, acho tão interessante. Mas tá. Eu não consigo tempo sozinha, em paz, pra escrever. E isso pra mim faz muita diferença...
Eu deveria sentar no computador a noite, né? Crianças dormindo. Todo mundo quieto. Só que eu faço parte de uma parte dos mortais que são mega sonolentos. Desses que quando vê uma cama e um travesseiro já tá sonhando...
Então tá, vou ter que levar o blog assim. Com uns textos incompletos. Mais ou menos. Vez ou outra com mais tempo pra escrever, ou deixando dormindo por 6 meses ou mais. E isso diz tanto de mim... Ai ai ai.
Fui...

ZZZzzzZZZzzz

Obedecer, pra você isso é positivo?

Faz um tempo eu li esse post que me fez pensar muito sobre a palavra obedecer. O texto por si só já seria o bastante para re postar e fazer qualquer um que leia refletir sobre. Eu assisti ao filme que fala neste post, o Compliance e vi também o que tinha de vídeo do que aconteceu de verdade, então vamos lá. Ontem li também este post, que compartilhei inclusive no meu facebook.
O filme que gerou toda reflexão conta a história de um homem nos EUA que passava trotes para lanchonetes fast food e se dizia ser uma autoridade social, um policial, que estava investigando uma funcionária por um suposto roubo. Ele falava com a/o gerente da lanchonete, passava aleatoriamente características físicas de uma funcionária e a/o gerente encaixava alguém que seria a vítima de todo esse conto de terror. Definido quem seria vítima, o suposto policial pedia para chamá-la e mantê-la presa na sala da gerência enquanto inventava desculpas e conduzia quem estivesse na linha a revistá-la intimamente, tirar a roupa, observar, tocar e até forçar ao ato sexual. 
Sim, estupro. 70 trotes como esse nos Estados Unidos fizeram pessoas violentarem e estuprarem mulheres apenas se identificando como uma autoridade. O homem que passava esses trotes (vocês podem ver no filme) falava com as pessoas elogiando e se mostrando superior durante toda ligação, que no caso que retrata em Compliance, dura ao todo 4 horas. Parece até mentira.
Resumida a história, vem a minha reflexão, da mulher e mãe de 2 meninas. Por que damos importância a obedecer? Por que ouvimos desde crianças, dos pais, dos professores, e depois quando adulto, de chefes no trabalho que ser obediente é uma coisa boa? Pra quem isso é realmente positivo?
Fiz uma busca rápida no google e aqui o significado da palavra obedecer: 

Seguir os comandos,desejos e restrições de alguém.
Submete-se a vontade de outrem,na execução de um ato.
Deixar-se conduzir.
Ser submetido a uma força,


Isso só pode ser positivo para uma sociedade que não reflete, que não quer pessoas pensantes, que não quer questionar o sistema. Ouvimos aos montes que criança educada é criança com limite, criança que obedece e aí eu retruco: eu não quero filhas obedientes! Eu quero filhas inteligentes, pensantes, críticas e livres. Que se amem. Que não sejam violentadas nem por mim, nem pelo pai, nem professores, nem médicos, nem por nenhuma figura de autoridade por obediência. E não são só os pais que educam assim, a religião, a escola, e todas as grandes instituições. 
Essas 70 moças que foram violentadas e estupradas só não saíram do local porque elas (assim como eu) foram educadas para aceitar. Para serem obedientes.
De fato, é mais fácil lidar com quem não questiona, e aí volto a falar das minhas filhas. A pequena ainda não, agora a de 6 anos já noto alguma diferença. Ela não me vê com olhar de temor ou de quem deve acatar qualquer coisa em nome da obediência ou como dizem do "respeito". Respeito não tem nada a ver com isso.Obediência tem a ver com medo nunca com respeito. Respeitar o outro só é possível se respeitando em primeiro lugar. E nós estamos construindo uma nova relação de mãe e filha. Uma relação em que ela tem toda abertura e autonomia para questionar, para opinar, para definir seus limites. 
Fazendo um link com meu último post sobre O Renascimento do Parto, essa obediência também tem tudo a ver com nosso sistema obstétrico, com a quantidade absurda de mulheres sendo, de novo, violentadas, abusadas, cortadas e saem caladas e obrigadas a agradecer por estarem vivas. Triste não? 
Pra mim, chega disso!