segunda-feira, 30 de julho de 2012

Vínculo mãe bebê !

Quando eu decidi que queria parir a Isa, foquei muito no parto e fechei os olhos para os procedimentos com o bebê. Talvez por imaturidade, ignorância ou um misto de ambos, eu permiti que minha primeira filha passasse por muitas intervenções de rotina. Eu ainda não tenho meu prontuário para dizer certamente quais foram os procedimentos realizados no meu bebê, mas sei que aspirada ela foi, por exemplo.
Eu ainda pretendo postar meu relato de parto da Isa aqui, vou procurar, mas só pra resumir, eu fiquei 2 dias e meio com contrações a cada 5 minutos. Apesar de longo e cansativo, foi um parto suave e tranquilo. Eu fui internada com 9 cm, e 3 horas e 45 minutos depois a Isa nasceu no quarto do hospital e não no centro cirúrgico. Sem cortes, sem anestesia, com meu companheiro do lado e a profissional que escolhi para me assistir pegando a bebê. Eu fiquei bastante satisfeita por ter parido, e o fato de ter sido separada do bebê, ou de permitir que realizassem os procedimentos não me pareceu tão importante durante bastante tempo. Mesmo com essa experiência, antes mesmo de engravidar novamente eu já desejava que meu próximo bebê nascesse em casa. Não sabia quem iria me acompanhar, como seria, quanto tempo depois, mas queria que fosse na minha casa. E uma grande motivação para ter o parto em casa era permanecer com meu bebê durante todo tempo. Sem me preocupar com as intervenções desnecessárias.
E assim, quando engravidei de novo, fui atrás de assistência e nos programamos. A Clara nasceu num parto tsunamico, intenso demais e rápido. E assim que eu a recebi em meus braços, 5 anos exatos após ter parido sua irmã, eu pedi que ela ficasse comigo. Eu me lembro de esfregá-la e pedir que ela ficasse comigo porque eu a tinha esperado por tanto tempo. Afinal foram anos esperando engravidar, e 41 semanas e 4 dias esperando pelo novo bebê. Eu acreditei que isso foi o que saiu de mim em palavras ditas para ela nos primeiros momentos do parto. Acreditei nisso até sabado, no ENAPARTU, quando assisti ao documentário (lindo por sinal) O Renascimento do Parto !
As palavras que disse pra Clara, na verdade, foram referente a espera por ter meu recém nascido no colo. Eu realmente esperei por tanto tempo para sentir o cheiro, tocar o sangue, o vérnix, o cordão. Para ver seus olhos abrirem pela primeira vez em camera lenta, para ver seus lábio procurarem pelo mamá. Para ter meu bebê conectado pelo cordão ainda por horas. Eu gestei duas vezes por isso, porque da primeira vez eu fui roubada ! Eu esperei isso por muito tempo. O momento precioso. O respeito a nossa intimidade, a nossa nova simbiose.
Tiraram de mim o que é o ápice do gozo após o parto. Tiraram de mim o bebê melecado e a mãe instintiva que nascia naquele momento. E eu sinto tanto por isso !
Eu sabia das intervenções da primeira vez, mas só quem passa por isso, só quem pega seu bebê e o sente de verdade, em cada detalhe, sabe como é difícil ter perdido isso da primeira vez, e o mais triste é que foi sem necessidade.
Eu pedi que a Clara ficasse comigo, eu pedi no calor do momento, na maluquice, na falta de lucidez, na pureza dos sentimentos. Eu não falei belas palavras para minha bebê, mas foram as mais sinceras. As que brotaram do coração, da alma, do corpo. Que brotaram do machucado que se formou anteriormente.
Nenhuma mãe deveria ser separada de seu bebê após o nascimento. Se ambos estiverem bem, isso jamais deveria acontecer !

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Eu não sou paciente !

E o CREMERJ nos aprontou mais uma! Agora vetou a presença de doulas e obstetrizes em partos hospitalares. Escreveu um monte de coisas absurdas, gente que não tem o que fazer ! Como se essa fosse a maior preocupação deles - o orgulho ferido.
Tem um abaixo assinado rolando por aí. Eu assinei claro, e me manifesto publicamente contra toda essa palhaçada e ignorância ! Não como doula, e sim como mulher, como cidadã. 
Então, nós já temos umas 1500 assinaturas, você não precisa ser doula, obstetriz, você só precisa ser a favor do direito de escolha ! Aqui vai o link: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=265266RJ


Sobre as marcas que carregamos

Ontem pela manhã eu olhei para minhas estrias que sairam na gravidez da Isa e da Clara, ambas no mesmo lugar, quase que sobrepostas e me senti saudosa do barrigão ! Me peguei pensando que aquelas eram as marcas mais consistentes que carrego por ter tido duas barrigas cheias como a lua, redondas, recheadas. E eu, que amei estar grávida confesso que tenho minhas estrias com orgulho.
Socialmente, no nosso mundo onde as mulheres devem ser perfeitas, desenhadas, verdadeiras barbies bonecas, minhas estrias não seriam bem vinda. Elas são consideradas marcas que estragam o corpo da mulher e fazem com que muitas se submetam a cirurgias para ocultá-las. Não só marcas como estrias, mas qualquer outro tipo de marca causado pelo tempo ou pelas mudanças (gestação, amamentação).
Eu já tinha ouvido isso de outras mulheres, que gostavam das marcas, das cicatrizes, só que nunca tinha sentido. Ontem eu senti, e eu jamais apagaria essas lembranças do meu corpo. Assim como uma tatuagem, eu as tenho no corpo e no coração. Eu as amo !

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Infância livre de consumismo

Carta aberta ao Conar

Duas recentes medidas do Conar referentes aos abusos da publicidade voltada para as crianças nos deixaram preocupados e ainda mais descrentes da atuação deste órgão com relação à proteção da infância.
A primeira foi a decisão de sustar a campanha da Telessena de Páscoa por anunciar para o público infanto-juvenil um produto que só pode ser vendido para maiores de 16 anos (de acordo com regulamentação da SUSEP). A segunda foi a advertência dada pelo Conar à Ambev, com relação ao ovo de páscoa de cerveja da Skol.
Ambas atitudes do Conar seriam dignas de aplausos – se tivessem sido tomadas quando as campanhas publicitárias estavam no ar, na Páscoa, em março. Mas o Conar só agiu em junho, quando as campanhas já não eram mais veiculadas.
Com isso, não houve nenhum impedimento para que a mensagem indevida da Telessena atingisse impunemente milhões de brasileirinhos e que a Ambev promovesse bebida alcoólica através de um produto de forte apelo às crianças. A advertência à Skol é ainda mais ineficaz, pois não impede que no próximo ano, produto semelhante seja oferecido.
O Movimento Infância Livre de Consumismo vê nessas decisões a comprovação de que o atual sistema de autorregulamentação praticado pelo mercado publicitário brasileiro é lento, omisso e ineficiente. Fato ainda mais grave quando se trata da defesa do público infantil.
Por isso, exigimos que a publicidade infantil sofra um controle externo como todas as atividades empresariais. Reiteramos nossa postura de que, sem leis e punição, jamais teremos uma publicidade infantil mais ética.
Nós, mães e pais, exigimos respeito à infância dos nossos filhos e solicitamos que estas duas atuações não constem dos autos do Conar como casos de sucesso. Contabilizar pareceres dados depois que as campanhas saíram do ar, como exemplo da firme atuação do Conar, é propaganda enganosa. E isso contraria o tal Código de Autorregulamentação que os publicitários insistem em tentar nos convencer que funciona.
(Este texto faz parte de uma blogagem coletiva proposta pelo Movimento Infância Livre de Consumismo juntamente com blogs parceiros. Este movimento é composto por pais e mães que desejam uma regulamentação séria e eficiente da publicidade voltada para crianças. Para saber mais acesse: http://www.infancialivredeconsumismo.com.br)

Compartilho texto da Paula Mariá

Eu conheci esse blog faz pouco tempo. E AMEI !
Compartilho um texto muito bom, espero que pensemos antes de falar qualquer coisa.
Na marcha do parto em casa rolou cantar umas músicas chamando o pessoal do CREMERJ de filhos da puta. E eu na hora pensei, meu, que conflitante ! Uma marcha pelo direito das mulheres, pelo respeito a elas, e caimos de novo na ideia comum de criticar uma mulher com a vida sexual ativa.
Leiam. Vale a pena !
http://ativismodesofa.blogspot.com.br/2012/07/no-meutexto-sobre-piadas-politicamente.html

Vídeo sobre a MARCHA DO PARTO DOMICILIAR

Participar da marcha do parto em casa foi emocionante.Participar de uma revolução pelo amor. Pelo respeito. Pelo direito de escolha da mulher !
A marcha, apesar do nome, não foi pelo parto ser em casa. E sim pelo direito da mulher escolher onde e como quer ter seu bebê.
O vídeo abaixo mostra que a marcha ocorreu em mais de 32 cidades. Eu participei da de Sorocaba e de São Paulo.